De repente, apetece-te dançar. O teu corpo simplesmente move-se, sem teres qualquer controlo sobre ele. Não consegues estar parada, mas não é num mau sentido. É mesmo porque o teu corpo se move, dança, quase que sozinho, de todas as formas possíveis... Vais ao chão, ao tecto, às paredes e a tudo o que encontras pelo caminho. Não é uma inquietação de nervosismo, mas sim de sensação de LIBERDADE. Como se o teu corpo se misturasse com as partículas de ar, numa fusão perfeita!
Sentes-te altamente conectada com o resto do mundo. Apetece-te abraçar e beijar o mundo. Todos são os teus maiores amigos. A noção de espaço pessoal, de alguma distância, desaparece. Não consegues mais distinguir entre pessoas que conheces, e pessoas que não conheces. A um certo ponto, já correste a discoteca toda, já falaste com toda a gente, já abraçaste e beijaste toda a gente que viste à tua frente... rapazes, raparigas, altos, baixos, lindos, feios, gordos, magros, alternativos, rockeiros, hippies, betinhos, mitras... Não te importa mais, sabes que as pessoas que estão à tua frente são seres humanos, e só consegues olhar para o coração delas. Como elas são boas pessoas, como tu as adoras e como elas te adoram a ti, mesmo quando não reagem bem à tua proximidade; nesses casos, pedes desculpa, dizes que não tinhas intenção de ser desrespeitadora, e vais embora, without a care in the world. Mas a maioria das pessoas regiu muito bem!
Dizes que adoras e amas toda a gente, porque, de facto, é o que sentes. O teu bom senso e "judgment" (consciência) está lá, intacto: tu sabes perfeitamente o que estás a fazer, porque estás a fazê-lo, a única coisa que muda, é que parece certo; falar, conversar, abraçar, beijar (beijinho lábios-nos-lábios), tocar, dizer que adoras as pessoas, mesmo pessoas que não conheces de lado nenhum, parece ser a coisa mais acertada a fazer. E é um quentinho bom para o coração... Compreendo, hoje, que para algumas pessoas (sobretudo raparigas) deve ter sido mesmo estranho uma louca descabelada vir do outro lado da discoteca e dizer "how are you? having fun? i hope so, because this night is magical! and you are so beautiful! so handsome! give me a kissy kissy" e depois simplesmente... beijar. Mas para mim, era a coisa mais acertada a fazer.
No fim, olhas para o relógio e vês que passaram 5 horas. Estiveste a dançar por 5 horas ininterruptas, mas sentes-te tudo menos cansada. A última vez que olhaste para o relógio eram 23h, e agora são 4h, mas para ti, que perdeste toda a percepção de tempo, só passou meia-hora. O teu corpo deixou de ser matéria, de algo consistente, deixou de sentir o peso da gravidade, e agora sentes-te literalmente a voar. Consegues dar saltos de 1 metro e meio no meio da discoteca, e que consegues ficar a voar nesse salto para sempre, se quiseres, porque o teu corpo é feito de qualquer coisa entre algodão-doce e algum fluído. A tua cara dói de sorrires por tantas horas seguidas, mas o teu coração, esse sente-se feliz como nunca se sentiu.
A principal sensação foi: amor em estado puro; eu senti, literalmente, amor por todas as pessoas da discoteca; e o melhor, senti que todas as pessoas da discoteca me amavam a mim.
Foi das experiências mais fantásticas de sempre. :)
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