domingo, 18 de setembro de 2011

Segundas Oportunidades / Fotos.

Nunca tive aquele pensamento de "seguir os instintos", em relação a pessoas. Quer isto dizer que, mesmo quando tenho uma má (péssima) primeira impressão acerca de alguém, não me fecho perante essa pessoa sem dar oportunidade de a conhecer melhor. Quer dizer, a pessoa naquele dia e naquela hora específica podia estar mal-disposta, ou podia ter acontecido algo mesmo mau, ou podia estar triste. Esse momento não define, de todo, o que a pessoa é na sua totalidade.E, afinal, o mesmo pode acontecer com todos nós. Todos temos momentos em que estamos mal-dispostos, o dia tinha corrido mal, ou estávamos tristes.

Por isso, gosto sempre de fazer um esforço para conhecer melhor a pessoa, mesmo que a tenha detestado quando a conheci pela primeira vez.

Tive dois exemplos vivos disso aqui em Amesterdão, nestas semanas. O primeiro foi um chinês que conheci aqui. Ao início, ele pareceu super estranho. Mas ridiculamente estranho. Nós até fazíamos piadas com ele e tudo (todos achávamos piada e gozávamos com ele, mas num bom sentido). Mas quando o conheci melhor, apercebi-me do quão interessante ele é. É que dá prazer falar com ele. Mesmo. (e é tão raro encontrar pessoas que conseguimos ouvir falar durante horas sem nos cansarmos nem achar uma seca, queremos ouvir sempre mais).

Outro exemplo foi o N., alemão. Conheci-o numa noite em que estava bêbado. Tinha uma forma de estar muito... bêbada! Nada contra bebedeiras, de vez em quando também as apanho. Mas, pronto, não é o momento ideal para conhecer alguém. Mesmo assim, depois de o conhecer melhor, comecei a gostar muito dele. Vi que, mesmo bêbado, ou tipsy, ele conseguia manter uma conversa sensata e com sentido, ainda que de circunstância. Nessa noite combinámos que ele me ía ensinar a andar de bicicleta, mas eu achei mesmo que ele se ía esquecer... mas ele não se esqueceu. Na manhã seguinte, às 12h em ponto, lá estava ele, para me ensinar. Foi impecável. Primeiro ensinou-me a cair (essa parte foi a mais engraçada, eu só me ria). Mas é que ele insistiu mesmo para que eu caísse. E eu tinha umas calças cremes, e ele a fazer-me cair na relva com lama, e ele a cair também. A sério, foi o rir. Mais tarde, a técnica de cair revelou-se útil. No mesmo dia mais tarde, desequilibrei-me para uma árvore mas graças à técnica de cair que ele me tinha ensinado, não bati com as fuças no tronco da árvore.

Depois andou a correr atrás de mim, a agarrar na bicicleta, até eu aprender a andar sem ninguém me segurar. Nisto tudo ele estava a correr, começou a suar, era visível que estava cansado, mas não desistiu. Não desistiu de mim. Foi paciente. Foi super querido comigo, todo o tempo. Ok, agora vocês dizem "ah e tal, isso é porque te quer... enfim", e até pode ser, porque no fim desse dia ele começou a dar sugestões de me dar massagens nas pernas porque eu disse que me estavam a doer as pernas, mas eu cortei a conversa por aí indirectamente, porque não estava de todo interessada nele, dessa forma, e mesmo assim ele continuou a ser querido comigo, percebendo a mensagem.

Mas como ía dizendo, acabámos por passar todo esse dia juntos, mais uns amigos, mas eu mais com ele, pois estava fascinada, e acabei por perceber que ele conseguia manter mais do que uma conversa de cinrcunstância... Ele conseguia manter uma conversa INTERESSANTE! Nunca mais o vou esquecer e quero, definitivamente, manter o contacto com ele (apesar de não ser daquelas relações em que o vejo todos os dias, como outras pessoas com quem me dou mais frequentemente, tipo grupo de amigos).

E, finalmente, uma das minhas vizinhas. É holandesa, vive cá há 6 anos, e sempre a achei um bocado "nariz-empinado". Como está cá há mais tempo que nós (os restantes do piso) acha que sabe tudo e, pior, acha que tem a decisão final sobre tudo. Nós temos "direito" a um fundo monetário comum que nos é dado pela DUWO, empresa que arrenda os quartos, para comprarmos coisas para os espaços comuns, como o corredor e a cozinha, nomeadamente produtos de limpeza ou coisas que não funcionem e precisem de reparação, esse tipo de coisas. E ela está responsável por esse dinheiro porque é a que cá está há mais anos. O nosso microondas não funciona - mas é que não funciona mesmo - e nós já falámos sobre isso com ela, mas ela discorda e bate o pé que não precisamos de um microondas porque este funciona e não precisamos de um novo e "não vai disponibilizar o dinheiro" (como se fosse dela!) para um microondas novo. Resultado, nunca gostei dela! Mas no outro dia encontrámo-nos quase todos na cozinha e eu tive oportunidade de falar mais com ela. Saí da conversa a achar que ela era uma querida, um amor de pessoa! Mesmo... fiquei surpreendida com o quão afinal simpatizei com ela. A ver se, agora, que me dou melhor com ela, introduzo a questão do microondas... ahahahah. Se eu podia ir fazer queixa à DUWO da atitude dela? Claro que podia, e eles dar-nos-iam o dinheiro PELO MENOS para a reparação do microondas, ela que se fosse lixar mais a atitudezinha de "o dinheiro é comum mas está na minha conta e eu é que decido". Mas, c'mon! Eu sou portuguesa. Eu vou sempre pelo caminho do desenrascanço, da "esperteza", do me dar bem com ela e persuadi-la de que o microondas  não funciona. Não gosto de me meter em assuntos legais, prefiro aquecer a comida no fogão, o que é uma chatice xD

Bottom line is: a primeira impressão é sempre a mais forte, sim, e isso está comprovado em Psicologia (e eu já estudei muitooo sobre primeiras impressões). Uma das teorias diz até que é extremamente difícil mudar uma primeira impressão, sobretudo se ela for má. Mas isso é se tivermos uma mente fechada e não pensarmos que, todo o mundo tem dias maus, e aquele primeiro momento em que conhecemos alguém, não define o que a pessoa é. Dar sempre segundas oportunidades, às vezes, terceiras. Claro que, se eu fizer um esforço por conhecer melhor essa pessoa, e ela continuar a ser estúpida comigo, bem, aí já não há "volta a dar". Mas nunca limitar alguém pela primeira impressão, definitvamente, não.

"Uma pessoa fechada jamais abrirá seus horizontes".

E porque as fotos vão ficando "para trás", aqui deixo mais algumas...


 Eu e Morgan. Já agora, e porque este post tem o tema que tem, e porque as segundas oportunidades valem sempre a pena: a Morgan teve uma péssima primeira impressão de mim. Nem me atrevo a dizê-la :O mas depois começámos a dar-nos melhor e hoje, damo-nos muito (mesmo muito) bem. Ela soube dar-me uma 2ª oportunidade de me conhecer melhor... e o que eu gostei mais de tudo nela foi o facto dela ter sido sincera comigo e ter-me dito o que achava de mim ao início, sem papas na língua (!) quando me conheceu, na primeira semana. Pela sinceridade dela e porque sei o que é ter uma primeira má impressão, admiro-a e não levei "a peito" o que ela achava mal de mim (era mesmo muito mau).

 Alicia e Fabio. Dois dos meus melhores amigos aqui (que personagens! lool)

 Eu e Corie

 Eu e Corie again

 (esquerda para direita) Alicia, Fabio, Matt, Morgan, Tom, Eu, e Corie

 (esquerda para direita) Mario, uma rapariga cujo nome não me lembro (!shame on me!), eu, Fabio, Morgan, Tom, Alexander, Evelina e Matt

 (esquerda para a direita) a rapariga cujo nome não me lembro, Mounir, Matt, Morgan, Fabio, Evelina, Eu, Alexander, Mario e Tom








Nós, a atravessar uma passadeira xD (estou a gozar, mas por acaso ficou artística a foto)






(pão congelado e bifes de frango - que eu pensava mesmo que eram filetes de peixe. o que comemos às 2 da manhã. Erasmus Extreme).

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