terça-feira, 19 de junho de 2012

M83


Está quaseeeeeeeeeeeeee!

Nunca esquecer que esta banda foi a minha "banda sonora de Erasmus". Vê-los ao vivo é um sonho tornado realidade... Vou transpirar felicidade! :)

sábado, 16 de junho de 2012

If I could go back in time........










I wouldn't change a bit of my experience. Not a day, an hour, a second. I would live it all again, bit by bit... :)

domingo, 10 de junho de 2012

Sobre voltar - future-oriented? (*) // "The shock of returning home is often more jarring than that of leaving"

Apesar de ainda faltar algum tempo para voltar (1 mês), não posso deixar de ter pensamentos em como será daqui para a frente, como será com ele, o que vou fazer quando tiver de voltar a Lisboa, como vai ser. A perspectiva não é a melhor, para ser sincera acho que voltar vai ser triste de forma equivalente ao que foi de feliz e excitante quando comecei esta aventura. Apesar de achar que estou imune à terrível depressão pós-erasmus, porque o Verão vai ser preenchido, nomeadamente o Marcel vai estar em Lisboa um mês inteirinho, senão mais :), já a sinto a vir em meados de Setembro ou Outubro quando tiver de assentar, sair da bolha de algodão doce e felicidade que foi este ano e voltar à minha antiga realidade, sendo uma pessoa completamente diferente. Em geral, devo dar-me o devido crédito por ser uma pessoa com facilidade de adaptação, mesmo assim, não sei exactamente o que esperar desta mudança tão grande!

O início do meu Erasmus para mim, foi ontem, na semana passada, há tão pouco tempo atrás, porque a velocidade dos acontecimentos e das mudanças foi tão grande, que o tempo tem uma duração diferente e eu tenho uma perspectiva completamente contorcida do passar do tempo, mas o calendário diz que já foi há quase 10 meses e daqui a apenas 1 estou de volta for good, e terei de me despedir da vida que criei aqui, uma vida que criei como se ela fosse durar para sempre.

Habituei-me, acostumei-me, até quis ficar mais um ano para poder ter mais 6 meses desta vida, e agora está quase a acabar. Voltar, quando penso em voltar parece-me um tempo triste, um tempo vazio, e sobretudo, um grande passo atrás na minha vida - voltar a Lisboa, voltar a viver com a minha mãe, voltar à minha universidade, aos velhos amigos, aos conhecidos com quem não quero nem tenho interesse nenhum em manter conversas por mais de 5 minutos, aos autocarros da carris, e à minha vida que era tudo menos excitante - mas nada parece ser positivo, nem nada parece ser como foi aqui; "nada que se pareça", sequer. Como é que eu posso voltar aquilo que era, depois de ter vivido aquilo que vivi aqui?

Uma parte de mim é past-oriented: o que vivi, o que experienciei, as pessoas que conheci... (às vezes olho horas a olhar para fotografias ou a ler textos que escrevi e sorrio, e rio, e muitas vezes quase choro, de ver as memórias que criei, e as histórias que tenho para contar e como queria vivê-las de novo); uma parte de mim é present-oriented: ainda estou em Amesterdão, ainda tenho muito que aproveitar, a minha vida ainda é excitante e na realidade, eu devia mais estar a aproveitá-la no tempo que resta, do que pensar nestas coisas.

Outra parte de mim é extremamente future-oriented: o que é que eu vou fazer daqui para a frente? Nunca tinha pensado em como seria a minha vida depois de Erasmus, porque os meus planos dos últimos 2 ou 3 anos eram simplesmente...vir em Erasmus. Como se a minha vida acabasse aqui, e depois? Sim, claro, as coisas óbvias, acabar a licenciatura, tentar arranjar trabalho, provavelmente mestrado, evoluir na vida, quem sabe, ir viver com amigos, dividir um apartamento, para ter a experiência de viver com house-mates (em Erasmus, apesar de ser um ambiente bastante friendly e de nos conhecermos todos e convivermos todos, para todos os efeitos tinha um quarto privado e as despesas eram separadas, o que se aproximou da experiência real de viver sozinha). Quem sabe um dia mais tarde, viver com ele, como temos planeado, tirar o meu mestrado fora, aprender uma 3ª língua (alemão), construir um futuro diferente num local diferente, com pessoas diferentes. Ou quem sabe, investir mais nos projectos que deixei pendentes em Portugal antes de vir, o meu projecto Mulher XL, o primeiro livro que queria publicar, e o livro que quero montar agora, sobre a minha experiência Erasmus (sim, acho que já tinha aqui falado em como sou project-oriented e gosto sempre de ter algo em que investir e pôr um pouco de mim, por isso tenho sempre milhentos projectos ou ideias ao mesmo tempo). Na realidade, são tantas as coisas em que posso, quero, e provavelmente vou fazer; coisas nas quais quero pôr tudo de mim, como faço sempre, e fazê-las funcionar. Making it happening!

Sim, eu tenho tantos planos, tantos sonhos, e tantos projectos... O que me está a matar é a falta de motivação para tal. Porque eu sei que tenho coisas boas e que aprecio, na minha vida, independentemente do local em que esteja; mas nada nunca mais na vida se vai assemelhar à experiência Erasmus. Epa não estou com isto a dizer que nunca mais serei feliz e vou ficar deprimida para sempre; na realidade sou tudo menos depressiva e até mesmo quando estou triste acabo por me pôr a mim própria para cima. Mas estou, sim, a dizer que prevejo um início bem difícil, para ser sincera. Eu não quero ser future-oriented, acho que ser assim mata o tempo que ainda me resta aqui e as experiências que ainda vou viver, mas não posso deixar de pensar, que o que vai acontecer na minha vida daqui a um mês para a frente (ok, talvez excluindo o Verão, que vou passar com o Marcel, com o Jan, Vera, Alex, Sara, talvez Roos, em Portugal, e excluindo grande parte de Setembro em que vou a Moçambique e em que a Roos e o Willem me vão visitar a Lisboa nas duas últimas semanas) é um espaço escuro, um verdadeiro precipício, para o qual não sei se tenho coragem de me atirar... Apesar de saber que isto só vai acontecer lá para meados de Outubro e não antes disso, mesmo assim, está mais próximo do que seria desejável.

Acho que estou a antecipar demais a depressão-pós-erasmus. Mas tenho quase a certeza que vou senti-la bem forte quando o momento se aproximar mais e mais...

Ainda não assimilei a 100% a ideia de voltar. A ideia de acabar. Prefiro pensar em termos de recomeço: daqui para a frente será um capítulo totalmente novo e, quem sabe, me surpreenderá pela positiva. Por vezes penso até que está na altura de voltar, que é altura certa; que tudo acontece por alguma razão, que o universo tem a sua própria maneira de "working things out", que tudo acontece no tempo em que tem de acontecer. Foi um ano, foi o que foi, com tudo de bom, está na hora de voltar ao planeta terra. Se calhar até vai ser melhor do que eu estou a pensar, se calhar até estou a ser negativa demais. Não sei, e sinceramente deixei de ter expectativas, porque se houve coisa que aprendi este ano foi que o futuro - o futuro que é feito de pequenos presentes e eternidades momentâneas - sempre me surpreende de dia para dia. 

Além disso, e o mais importante de tudo, é que sou neste momento a pessoa mais feliz do mundo. Em geral e no particular. O dia de hoje foi tão, mas tão bom. Foi tão cheio e preenchido de coisas boas. De pessoas fantásticas com quem dá um prazer enorme conversar, estar, e até conhecer. Um dia daqueles que me fazem pensar, antes de ir dormir, fogo! que sortuda que eu sou; que privilegiada que eu sou, por ter tido as oportunidades que tenho tido na vida, e por ter sempre sabido aproveitá-las no tempo certo. Fogo, mesmo, que vida, que experiência, QUE CENA! Só tenho coisas boas a retirar desta experiência e uma bagagem de aprendizagens tão grande!

Sim, hoje foi um dia (muito) bom... felizmente, estes são mais do que os dias "menos bons".

(*) conceito retirado do livro "Geography of Time"

quinta-feira, 7 de junho de 2012

"Don't tell your ideias to anyone, because ideas are vulnerable" *

às vezes, tenho ideias. e tenho ideias tão complexas e loucas e por vezes geniais, ideias que amo. depois, tento contar as minhas ideias aos outros. tento fazer com que eles também amem as minhas ideias. os meus pensamentos. o que vai aqui dentro.

na minha vida inteira, posso afirmar, as pessoas que encontrei e que compreendem as minhas ideias, podem ser contadas pelos dedos de uma mão. são pessoas especiais e que demorei a encontrar, demorei muito.

hoje, apesar de ainda ter a mania de impingir as minhas ideias aos outros e persuadi-los a amarem as minhas ideias como eu as amo, perdi o hábito de perder tempo a expôr-me dessa forma a quem não merece. aprendi a distinguir com quem vale a pena partilhar, ou não. sempre fui pessoa de dar demasiada confiança a toda a gente, de ser simpática até para quem mais detestava. por isso sempre tive essa imagem de menina queridinha e que está sempre a sorrir e de quem todo o mundo sabe tudo. hoje, posso dizer que isso mudou. deixei de me preocupar, passei até a ignorar, quem não é mais importante para mim ou quem nunca me deu importância.

não preciso de mais nada nem mais ninguém para me sentir uma pessoa compreendida.

estou, sobretudo, em contacto comigo mesma, mais do que nunca.

(*) letra de: Bon Idee, Regina Spektor

terça-feira, 5 de junho de 2012

Fuck the pain away



É a espera. A espera é o que mais me irrita e impacienta. Eu já de mim não sou uma pessoa muito paciente para esperar.

Ontem, chorámos, ambos, na coffeeshop antes de ir para a estação de comboios. Não sei o que aconteceu, talvez tenha sido destino ou feitiço, mas este amor é o mais forte que já senti desde sempre; nunca eu tinha chorado - e nunca um namorado meu tinha chorado à minha frente - por ficarmos separados durante (apenas, objectivamente falando, não é assim tanto) duas semanas.

O tempo com ele é, simplesmente, mais leve, mais bonito, mais prazeroso. O mundo é o melhor local na terra, desde que esteja com ele. Quer vamos sair num dia de sol ou fiquemos em casa em dias de chuva, e não importa realmente o que façamos, desde que estejamos juntos, a companhia dele é tudo para mim. Não consigo ver este quarto sem ele. Não consigo ver a minha vida sem ele. De facto, toda a minha vida está impregnada dele. O meu passado - 3/4 do meu Erasmus que foram all about Marcel - o meu presente e, claro, o meu futuro. O nosso futuro.

Nunca pensei "sair" do Erasmus com um namorado, mais que um namorado, um amor para a vida. Nunca pensei que o meu 2º semestre, a 2ª parte do meu Erasmus, fosse tão intensa assim; a primeira parte foi o que foi, a segunda parte está a ser uma transformação enorme na minha vida e na minha pessoa; não só por todas as transformações que sofri este ano e por agora, finalmente, estar a realizar a ideia de que está quase a chegar ao fim (pouco mais de um mês para voltar) - e, claro, que me faz pensar e sobre-pensar sobre como vai ser quando voltar, a ruminação de toda a aprendizagem acumulada este ano e da bagagem enorme que vou levar de volta e como vou aplicar este conhecimento à minha vida futura. Mas sobre isso, falarei mais tarde.

Por agora, só posso dizer, que sou a pessoa que mais saudade sente neste mundo. É uma saudade tão abaladora, é um sentir falta de algo que me completa. Mas, se me perguntarem, também digo que sou a pessoa mais feliz. E não preciso de muito para tal. Podia ficar horas e horas com ele, fechada num espaço sem fazer absolutamente mais nada, e continuava a ser a pessoa mais feliz. Eu, que detesto não ter nada que fazer e invento sempre qualquer coisa; com ele isto nunca acontece: tudo o resto perde a sua (relativa) importância porque eu quero sempre e sempre apreciar e aproveitar a presença dele. Sim, ontem, chorámos os dois numa coffeeshop, com um charro na mão, lenços espalhados pela mesa, inúmeras juras de amor trocadas. Se isto não é amor, não sei o que lhe chamar. Apetece-me abanar o mundo e perguntar porque és tão injusto em me fazer encontrar alguém tão perfeito para mim, mas que tem uma vida construída num país diferente do meu. E, ainda que a ideia de mudar de país seja tentadora para ambos só para ficarmos juntos e podermos construir uma vida juntos, a mudança é sempre enorme e não acontece do dia para a noite. É todo um processo...

Ontem, quando voltei a casa, o cheiro dele ainda estava bem presente no meu quarto. E este perfume - só o perfume! - fez-me sentir tudo ao mesmo tempo, tudo o que alguma vez senti e sinto em relação a ele: o início e como tudo começou, os pequenos momentos e eternidades que ficaram e ficarão para sempre, as experiências que tivemos juntos; foi triste, mas ao mesmo tempo, uma motivação extra para lutar por aquilo em que acredito: um futuro em comum. (acho que associei o perfume dele a estas coisas, sempre foi o mesmo, e lembro-me de pensar, ao início, quando ainda nada era certo e só estávamos on-off, hmm este perfume é mesmo bom, e é dele, e só dele. É o cheiro dele).

Sei que vou sobreviver. Apesar da dor emocional de estar longe ser fisicamente realizada: juro, eu sinto mesmo um aperto no coração, fisicamente. Sei que vou sobreviver estes 17 dias, como sobrevivi antes, em todas as outras vezes em que contámos os dias para nos vermos na próxima vez. Mas hoje, sei que este aperto no coração não vai passar. Sei que não vai parar. Sei que magoa. Sei que me sinto triste e angustiada e de alguma forma vazia, ainda que tenha os melhores amigos do mundo e uma vida fantástica que me impedem de ir abaixo, que me fazem querer continuar a aproveitar esta experiência. Mas também sei que este sentimento é bittersweet; sei que de alguma forma estou feliz por ter encontrado alguém que me faça sentir assim; e que, sobretudo, me faz sentir 1000 vezes mais feliz em intensidade, quantidade e qualidade, quando estamos juntos. Sei que à medida que os dias passam, este aperto vai-se transformando aos poucos no friozinho na barriga e antecipação boas de sentir nos dias que antecedem o dia em que vou vê-lo de novo. E é isto - e são todas estas coisas, que preenchem a minha vida - que, de alguma forma, me conforta.

Sim, a espera é o pior. A espera, a distância, o tempo que duas semanas demoram a passar quando estou longe dele (sim, parece-me ser muito mais do que duas semanas). Mas eu digo: fuck the pain away. Let's make it work. E digo, no final de contas, é a espera que faz o momento.