sábado, 31 de dezembro de 2011

De 2011.


Se me perguntarem o que mudaria neste ano que passou e está quase a acabar, a minha resposta seria: Nada.

Só quero que o ano de 2012 seja uma simples continuação daquilo que foram os últimos 4 meses de 2011.

Achei por bem escrever isto aqui neste blogue: afinal, estes 4 meses aqui em Amesterdão valeram pelos restantes oito, senão mais! É a minha nova vida, e espero que assim continue até Julho de 2012.

2012 é MEU! Vou conquistá-lo :)

Bom 2012... Eu vou só ali divertir-me até de manhãzinha, e volto já.

[Esta noite vai ser lendária, quer-me cá parecer... a companhia também não podia ser melhor.]

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Experiências a ter em Amesterdão #1

Já devia ter começado uma série de post's com este título há uma data de tempo. As experiências que tive aqui, sobretudo pela primeira vez (graças à minha nova filosofia de todos os dias, algo novo), já não chegam para contar com os dedos de uma mão, acho que nem das duas já...

Ainda assim, esta experiência, só mesmo em Amesterdão... Ok, não só mesmo, mas ser aqui tem um gostinho especial:

Assistir a um espectáculo de sexo real ao vivo
(Live Sex Show).

Checked! 

Fora de brincadeiras, o facto de me guiar por esta minha nova filosofia de "todos os dias, algo novo" (com limites, claro, que tudo tem limites, apesar dos meus serem bastante largos e de eu ser uma pessoa aberta a novas experiências) não é só para dizer que fiz, que estive, que passei, que vi... É mesmo, mesmo, uma forma de ganhar experiência e de, sobretudo, crescer. E se formos a falar em crescimento... Oh, o que tenho crescido. :)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A vida acontece tão rápido.

Desde o dia 22 de Agosto de 2011: parece que o meu relógio está a funcionar mais rápido do que na realidade.

Nesta realidade, que não encaro como sendo a minha realidade mas sim um ano excepcional (-mente maravilhoso), o tempo passa mais rápido do que o normal.

Juro. Uma pessoa aqui, basta acordar e sair à rua, e já há uma história para contar. Nestes quase 5 meses que se passaram, no calendário real, para mim passou um ano. Tudo mudou... A minha vida, a minha forma de pensar, a rapidez com que gasto dinheiro (lol), até a rapidez com que mudo de estilo. No outro dia, o Kangkai disse-me qualquer coisa como "do you remember when you used your hair like this" (e depois explicou como: quando vim para cá, utilizava o cabelo desta forma: prendia a franja com ganchos no topo da cabeça; até isso mudou! agora uso o cabelo de forma diferente); quer dizer, a gente diz "lembras-te quando usavas o cabelo assim" quando já passou imenso tempo e não víamos a pessoa há que tempos! Ou o simples facto de ter começado a usar brincos, coisa que não usava nunca; até a Vera, no skype, consegue ver o quanto mudei. São pequenas coisas, a forma como prendia a franja e usar brincos, são quase insignificantes, mas são apenas sinais de como as coisas se processam aqui. É tudo tão rápido.

Um exemplo clássico: a forma como as relações evoluem. Todos sabemos que uma amizade duradoura e verdadeira pode levar meses e por vezes até mesmo anos a construir, mas aqui, demora, se for preciso, semanas. Com o tempo, as amizades passam por fases menos boas, até que podem desvanecer de todo; como é que eu, em 5 meses, consegui criar amizades para a vida, pessoas que se tornaram mesmo numa família para mim, e com outras, com quem a amizade parecia ser tão boa, desvaneceu? E a paixão? Apaixonar-me tão intensamente num período de 2 semanas. Na realidade, teria demorado, no mínimo, um mês, para uma coisa destas se desenvolver. Uma coisa assim tão forte como aquela que estou a viver.

E quando falo com as pessoas em Portugal, tudo parece congelado. Nada mudou, nada desenvolveu, nada evoluiu. O meu pai veio cá pelo Natal e eu, ao perguntar o que se passava por Lisboa, na vã esperança de ouvir novidades excitantes: nada. Literalmente, nada. Amigos, no facebook: nada se passa. Nada acontece.

Na realidade, é como as coisas acontecem em Lisboa, que sempre acontecem. Devagar, levam tempo, é a vida real. Nesta minha realidade, à qual eu gosto mais de chamar wonderland, é que é "anormal". É demais, é tudo tão intenso e rápido... Cada semana, dia, hora, minuto que passam, tudo pode mudar, e de facto, tudo muda.

Não escrevo isto em tom de crítica ou de ser algo que não gosto. Porque, epa... eu adoro.

Vai custar-me tanto, mas tanto, voltar àquela minha realidade de antes. A realidade em que nada acontece, ou acontece no tempo normal, no tempo em que um minuto tem 60 segundos e não 240. O tempo vai parecer congelar, para mim. Às vezes, e confrontada com a rapidez com que as coisas acontecem aqui (rapidez, imprevisibilidade, espontaneidade, e por aí fora, circunstâncias às quais já estou mais que habituada), até penso como é que alguma vez consegui viver naquela minha realidade de antes, em que nada acontecia, ou tudo acontecia bem mais devagar.

 Mas bom, isto serve-me de um consolo imenso: ainda tenho até Junho ou Julho para viver esta wonderland e... quero, vou e estou a aproveitá-la. :)

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Algumas coisas sobre Amesterdão (e um pouco, só um pouquiiinhoooo de história).

Encontrei no meu computador uns vídeos, que gravei com o meu telemóvel num museu, numa exposição de uma curta-metragem sobre a história de Amesterdão. A minha mais sincera intenção era colocá-los aqui, mas ficaram demasiado grandes - e o carregamento quer para o blogger, quer para o youtube, demorava demais... e se há coisa que não tenho é paciência para esperar. De qualquer forma, os vídeos só mostravam imagens de Amesterdão nos anos 50 e 60 (LOVELY), e de quando construíram a nova parte da cidade, os subúrbios, por sobrepopulação na cidade.

Agora, alguns factos e um pouco de história:

Como já toda a gente sabe, Amesterdão é a cidade capital política da Holanda, onde vive a Rainha dos Países Baixos, Beatriz Guilhermina Armgard. Dia 30 de Abril é um feriado nacional, The Queen's Day. É mesmo uma grande celebração à qual todo o mundo adere e celebra nas ruas, todo o mundo com roupas cor-de-laranja e tudo cor-de-laranja (cor do país). Adoro. Quero voltar cá para os meus anos (também em Abril) e para isso :D

O nome vem do rio Amstel, o rio que atravessa a cidade e se distribuir pelos seus inúmeros canais, que fazem uma forma de meio-círculo pela cidade, visto de cima. Ao início, a cidade era "Amsteldam", mais tarde é que passou para "Amsterdam".

Conhecida pelo red-light district, as coffeshops e a mente liberal em relação à sexualidade e utilização de drogas leves, Amesterdão é, no entanto, muito mais do que isto: são os inúmeros museus, os moinhos ("windmills"), os prédios estreitos (tão estreitos que a mobília é transportada para dentro da casa através de uma espécie de guinê pendurado no telhado, e entra pela janela, pois não cabe pela porta de entrada nem escadas...), os canais - e os cafés, restaurantes, parques e afins à beira dos canais, cenário altamente romântico! -, as casas-barco, as janelas decoradas com flores, e as bicicletas, que são mais que as pessoas (isto parece mentira, mas é mesmo verdade, está provado que em Amesterdão existem mais bicicletas do que pessoas!!!), e também o esquecer-se de que não se pode andar nas ciclovias (bike lane), a menos que se queira ser atropleado por uma bicicleta ou que se queira ouvir umas asneiras furiosas em holandês. É o famoso tram, é o Vonderlpark, o Westerpark, a Damsquare, a Centraal Station, o Museumplein, as letras "I AMSTERDAM", a Leidseplein, a Rembrantplein, e todos os completamente encantadores locais e sítios recônditos. :)











Toda a cidade - e também todo o país, daí ser também denominado de "Países Baixos" - é construída em cima da água, ou melhor, em cima de tábuas de madeira em cima da água. Pois, este país foi totalmente conquistado ao mar, com diques que "expulsavam" a água para  fora. O que faz com que (tentem imaginar isto), a cidade esteja toda abaixo do nível do mar. Ou seja, é como se tivessemos mar, diques ("paredes"), e uma cidade lá dentro. Como um castelo. Lindo!

Durante a 2ª GM, como todos sabemos, em 1940, a Alemanha invadiu a Holanda, tomando-a e instalando o regime nazi. Roterdão, a título de exemplo, foi uma cidade totalmente bombardeada. Sinto-me obrigada a referir aqui a questão da perseguição aos judeus, pois é um tema que me fascina. E a Anne Frank... (sem mais palavras).

O clima é uma porcaria - está quase sempre frio e a chover; mas o pior nem é isso, desde que seja constante e uma pessoa saiba o que esperar! O pior é a imprevisibilidade do tempo. Pode estar um sol e um calor que não se pode às 14h, e às 15h estar a chover. E uma pessoa fica sem saber o que há-de vestir. Como a Ivone diz: "tens que te vestir às camadas". Roupa de Verão por baixo, roupa de meia-estação no meio, e um casaco bem quente de Inverno. Só mesmo assim.

Amesterdão tem, por fim, um ambiente altamente internacional. Pessoas dos mais variados locais do mundo. E toda, mas toda a gente (sem excepção) fala inglês. Até pessoas idosas! Para muito espanto meu...

Fora o tempo, que é a coisa que mais detesto aqui, sinto-me em casa nesta cidade. Adoro tudo e apesar de já terem passado 2 meses, ainda não me cansei. Sinto que ainda tenho tanto, tanto mais para descobrir e explorar. :)

[[[[ Este post já foi escrito há imenso tempo... Data de Setembro nos rascunhos do blogger. Foi quando cheguei (ou pouco tempo depois) e tudo era muito novo, eheheh. Agora está um bocado desactualizado, eu mudaria algumas coisas, mas... vou ser fiel ao original. Até porque não me apetece agora mudar coisas. Eheheh. ]]]]

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Pensamento das 2h40.


Faltam menos de 48 horas para ele voltar de casa, onde foi passar uma semana (bolas! é ambicioso) de natal.

Sinto tanta falta do perfume dele... do toque, do beijo, da voz, do falar alemão de uma forma sexy que eu até passei a gostar um bocadiiiiinho do idioma (dantes, detestava).

God, ainda bem que ele não tem acesso a este blogue. Já lhe abri o meu coração, ele já abriu o coração dele comigo, mesmo assim, eu sou orgulhosa. Sou uma mulher do signo Touro... Não gosto de admitir os meus sentimentos assim desta forma (só em ocasiões especiais, o que ainda é mais especial).

Uma mensagem dele a dizer que sente falta que eu o empurre para fora da cama durante a noite quando estou a dormir, ou uma mensagem a contar-me como tem sido o natal dele, faz o meu corpo todo estremecer. Acho que, sem exageros, o meu coração bate mais forte. Parece que quer saltar cá para fora. Paixão???? Uhhh... Há tempos que não a sentia assim. Tão forte. Tipo estalo. Só penso no momento em que o vir a entrar pela porta do meu quarto adentro, no momento em que vou dizer-lhe "welcome back sweetie" e ele me vai beijar apaixonadamente e... pronto. E esse momento provoca-me sempre estalinhos e um quentinho agradável na barriga, e sorrio sozinha feita parva. Sei que esta descrição parece um filme, mas é que é mesmo assim que acontece sempre (ok, menos o "welcome back", porque nunca fico mais do que 3 ou 4 horas seguidas sem o ver todos os dias). Quando eu digo que a minha vida é um filme, não estou a brincar. Então não é que, no outro dia, o miúdo me leu o pensamento? Estávamos deitados a fumar e a ouvir música e ele diz "this is like a movie scene".

Mal posso esperar para voltar àquela rotina aconchegante que é acordar ao lado dele todos os dias e ter um choco-cappuccino na cama.

Nunca pensei que me pudesse sentir tão bem cá, tão feliz, tão preenchida, tão cheia, tão completa, tão aconchegada... Amesterdão ainda não parou de me surpreender. E só com coisas boas, que me enchem a alma. Devo muito desta felicidade esmagadora, a ele. Sei que talvez seja exagero, que sou fundamentalista e over the top, que vou sofrer quando ele for embora de vez no fim de Janeiro (vou morrer, e este blogue vai ficar deprimente, que eu quando estou triste escrevo ainda mais do que quando estou feliz, aviso já), mas a verdade é que assim sou, sempre fui... Intensa, emocional, "passionate", assim. E quando me apaixono, então, ninguém me tira a teima.

Mais vale assim, do que não sentir nada e ver a vida e estas inesquecíveis pequenas grandes experiências passarem-me à frente... :) Prefiro sofrer mais tarde, pela magia que estou a viver agora.

domingo, 25 de dezembro de 2011

E porque não um natal diferente?

4 meses cheios de amigos, amores, paixões e muita festa... (acho que demais! eheheh).

Este natal, o primeiro passado longe de casa, fiz questão não de voltar para casa - até porque não ligo muito ao natal e porque não temos nenhuma tradição de família - mas sim de sugerir ao meu pai que viesse cá. Seria algo diferente: uma cidade diferente, coisas novas para fazer... :)

E nenhum de nós se arrependeu! Foram 4 dias mesmo natalícios, familiares, calmos... 4ª feira à noite, fomos para casa da Ivone, em Den Haag, onde ficámos a dormir até 5ª feira (obrigada Ivone, por nos receberes!). 5ª feira explorámos Den Haag. Cidade pequena, um dia chegou para o meu pai ficar a conhecer, e eu, que já lá tinha ido, para ficar a conhecer melhor. Ainda jantámos em Den Haag e à noite voltámos para Amesterdão.

6ª e Sábado, passámos o dia no centro. O meu pai ficou encantado com a cidade. Parecia eu, no início, quando tudo era novo... Quer dizer, eu ainda acho uma cidade linda, mas 4 meses depois, já começa a ser mais do mesmo. Casas bonitas à beira de canais, com barcos-casa "estacionados", é isso. Para turismo é lindíssimo, para quem vive cá, já é outra coisa. Fui mais turista, com o meu pai, do que alguma vez fui sozinha ou com amigos nestes 4 meses. Aliás, eu já estou a ficar nativa... já tenho locais onde sou habitué, já conheço os cantos e recantos que só os nativos conhecem, já faço coisas on my own, sem ter de ir ver aquela igreja que é um monumento nacional e aparece nos guías turísticos. Mas bom... Deu para conhecer ainda melhor, passeámos até dizer chega (Amesterdão é uma cidade que se anda a pé e vê-se metade), e divertimo-nos à nossa maneira! Ontem à noite, encontrámos um restaurante português, onde comemos, como não pode deixar de ser - que dizer, para mim podia deixar de ser, que não sou pessoa de seguir tradições, mas enfim - o belo do "bacalhau com todos" e um bom vinho branco... Trocámos presentes à meia-noite. :)

Hoje, fui levá-lo ao aeroporto, de volta a Portugal... Fiquei melancólica, detesto despedidas. Mas não foi só a despedida, é mesmo todo o natal... deixa-me assim... já tinha falado nisso? Já não posso com o natal, só quero é que acabe e chegue bem rápido a Passagem de Ano. Mas pronto, devo dizer que as minhas expectativas não eram as melhores, estava à espera que o meu pai me chateasse mais, pai-galinha como ele é. Claro que me chateou, até tivemos alguns arrufos, como temos sempre... mas no geral, não me desiludi, até me diverti, dei umas boas gargalhadas, e acima de tudo, nestes dias, senti-me... de volta a casa! :)

Algumas fotos!






































E assim foi o meu natal em Amesterdão! :)

[agora, por favor, por favor... chega de re-hab, preciso outra vez de amigos, de festa, e preciso dele].

sábado, 24 de dezembro de 2011

Um natal diferente.

Não é que os meus natais sempre tenham sido especiais. Nada disso. Todos os anos, janto com a minha mãe e ficamos só no sofá a ver oos típicos e já batidos filmes de natal que passam na televisão, nos canais generalistas. É pequenino, é simples, não é nada, no fundo. Mas sempre foi a minha tradição. E, verdade seja dita... natal a mim não me diz grande coisa.

Mas este natal é diferente. É o meu natal em erasmus. De Erasmus não tem nada, no entanto. Mas, mesmo assim.... O meu pai veio visitar-me Adoro tê-lo aqui, mas confesso que já sinto saudades das pessoas com quem partilhei os meus dias e noites nos últimos 4 meses. Ahhh... tanta coisa para falar com eles!...

Enfim. Este natal é diferente, tal como está a ser o resto do ano... Podia deixar aqui um "feliz natal", e todas essas tretas, mas a verdade é que não tenho paciência para essas coisas. Deixo, apenas, um vídeo, que quero compartilhar, sobretudo, neste blogue.

É rir rir rir (ou rir só para quem entende o que é fazer Erasmus). E o pior - sim, que isto é mau, mas bom de certa forma - é que é tudo, tudo verdade... :)


:D

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

4 Meses, Natal & melancolia natalícia.



O Natal está à porta - está já a tocar à campainha e eu sinceramente não me apetece nada abrir-lhe; se pudesse, colocava o relógio do tempo um mês atrás e ficávamos sempre em Novembro... -, o ano de 2011 aproxima-se do fim e eu estou cá há... 4 meses. Sempre usei o natal como "um ponto de viragem", desde o dia em que vim para cá. E parecia sempre tão distante, felizmente distante, que a época natalícia é a época de todo o ano que eu detesto mais!, e de repente, aqui está, chegou, com tudo o que de mau o natal sempre acarretou para mim.

quatro meses. Nem acredito que só passaram 4 meses. Foram os 4 meses mais cheios da minha vida. Cheios de tudo... Foram 4 meses tão intensos, mais intensos que os restantes 8... Para mim, estava capaz de jurar que passou um ano inteirinho nestes 4 meses.

Podia encher este post's com as coisas habituais desta época: a minha wishlist para o natal, a minha reflexão acerca de 2011, os meus desejos para 2012; e, sobretudo, aquilo que já repeti vezes sem conta: o quanto estou a amar esta experiência...

Mas a verdade é que, hoje, não me apetece alongar-me. A época natalícia arranja sempre uma forma de me deixar melancólica e nostálgica... Acho que o natal não gosta de mim - bom, ao menos o sentimento é recíproco... Apesar do meu pai estar de visita e de eu nunca ter ligado muito ao natal, as saudades de casa apertam mais nesta altura do que nas outras. É o primeiro natal que passo longe de "casa", longe da minha mãe maluca, longe de tudo o que estava habituada por tantos anos... É o natal mais diferente de sempre. O que me faz odiá-lo ainda mais!

Já para não falar no quanto me destrói, por dentro, só o pensamento de que as pessoas com quem me afeiçoei por aqui, vão todas embora em Janeiro... O que me deixa com uma passagem de ano brutalíssima e pouco mais... Talvez um dia possa contar, em mais pormenor, as histórias daqui... As amizades, as pessoas que se tornaram na minha FAMÍLIA, a paixão, a aventura romântica que estou a viver... sempre, sempre, uma pessoa mais especial que as outras, que está quase a ir embora. Anteontem, ele foi passar o natal a casa: uma semana. No momento em que o vi a sair de ao pé de mim, o mundo desabou, assim, só assim. Foi como passar de uma felicidade intensa e grande e esmagadora, para um buraco no coração (e isto é só uma semana, como vai ser quando ele se for embora de vez e só me vier visitar em Abril??) E, de repente, foi como se algo muito forte desaparecesse... o sentimento de "something is missing". Amigos são amigos, sim, e os amigos que aqui fiz, que são já como uma família, são tão importantes como tudo... mas voltar a adormecer e a acordar sozinha, todo este processo, chateia e não gosto. Não gosto, pronto. Sim, a época natalícia por si mesma, e se me lembro dos anos anteriores, deixa-me sempre melancólica; mas este ano, e tal como em tudo o que se tem passado na minha vida nos últimos 4 meses, esta melancolia é exponenciada...

Esta é uma das razões porque detesto o natal. Aliás, por mim, bem que podiam abolir com esta treta do natal, de vez. Não tenho paciência e é  uma lamechada do caraças. Nunca ninguém percebeu porquê, aliás, vejo sempre toda a gente contente com os presentes e os doces e a família e todas essas tretas, para as quais nunca tive grande paciência. Mas é que para mim, é sempre horrível. Para além de estar frio e eu lidar mal com isso (sou uma pessoa de sangue quente, claramente), todos os anos tenho esta fase. É esta semana de natal que me deixa mais introspectiva do que o normal, a reflectir acerca do meu ano, a pensar no seguinte. Geralmente, os meus natais comportam sempre mudanças na minha vida, despedidas e coisas novas... É sempre uma fase de mudança. O que não significa que seja mau, mas é sempre difícil.

Bom, sempre dizem que quanto maior é a altitude, mais forte e dolorsa é a queda... Estes 4 meses, mas particularmente os últimos 1,5 ou 2, foram passados lá bem no alto; não quis pensar no que ia sofrer depois quando tudo acabasse, não quis pensar no futuro, simplesmente quis viver o momento, sem me preocupar, e assim o fiz... e sei que ainda tenho o finzinho de Dezembro e uma boa parte de Janeiro para aproveitar um pouco mais! Acho que vale a pena assim... Passar um mau bocado, como sei que vou passar quando toda a gente for embora e eu ficar aqui mais um semestre e ter de passar OUTRA VEZ por todo o processo de conhecer as novas pessoas que vêm, vale a pena por toda a felicidade que senti quase non-stop durante este tempo... Antes assim do que nunca sentir nada de nada.

Acho que estou a sentir uma espécie de depressão-pos-erasmus... Começo a consciencializar-me de que todas estas pessoas, que se tornaram na minha família, que fazem os meus dias, vão embora em breve. Só o facto de quase todos (os mais importantes) terem ido para casa para o natal, foi uma fria chamada à realidade... já sofro por antecipação.

Bom, mas por enquanto não quero pensar nisto. O meu pai está de visita, quero aproveitar estes dias calmos (bem calmos) com ele. E depois, passagem de ano... :D

Acabo este post dizendo: Apetece-me chorar... Não de tristeza pura, não de felicidade pura (como já cheguei a chorar de felicidade, aqui), mas por sentir tudo com uma intensidade tal, tudo tão exponenciado, que me arrebata... É tudo tão tudo que não cabe no coração e tem de vir cá para fora. Imensidão!

Sei que isto é sol de pouca dura, o que, de certa forma, me consola. Sabendo que é só uma semana no ano inteiro e que, por mais que custe a passar, há-de passar, e o que está para vir, há-de ser, com certeza, melhor. Esperem que chegue a passagem de ano e vão ver a Cláudia numa das alturas do ano - a semana da passagem de ano - que ela mais ama... esperem só, esperem. Vai ser LEGENDARY :)