terça-feira, 20 de março de 2012

Aaaahhh! - update! :)



Esta experiência está a ser única. Nunca eu gostei tanto de estar num sítio como aqui... Não é só a diversão e os amigos e isso tudo que pode ser considerado como trivial (mas que não é assim tanto, afinal a vida é feita das pessoas que nos rodeiam, e ter bons e verdadeiros amigos espalhados pelos 4 cantos do mundo é um privilégio que nem toda a gente pode ter). Mas também a experiência "abroad", o estudar fora, outros métodos de estudo aos quais tive de me adaptar por serem totalmente diferentes, o viver sozinha pela primeira vez, adaptar-me a um país diferente, a cultura diferente, vir para aqui completamente sozinha e ter de começar de raiz a minha vida social e integrar-me e conhecer novas pessoas, todos os pequenos desafios pelos quais passei e tive de enfrentar (e enfrentei!), mas que me trouxeram nada mais que nova aprendizagem, novo conhecimento, e um imenso crescimento pessoal.


Mas este post é para falar, mais especificamente, da pessoa que mais mudou a minha vida. A sério: eu nunca me senti assim por ninguém. Não houve rapaz que tivesse este efeito em mim. Ele é simplesmente perfeito para mim em todos os sentidos e temos uma relação óptima! Temos os mesmos gostos, os mesmos interesses (não tudo tudo, claro, também é importante manter e aceitar algumas diferenças pessoais num casal), e sobretudo, as mesmas perspectivas para o futuro. Sempre me disseram, e eu concordo, é mais do que importante duas pessoas estarem minimamente ao mesmo nível e terem os mesmos objectivos de vida para funcionar. Não funciona, simplesmente, e eu sei disso por experiência própria, tentar fazer resultar uma relação entre pessoas que querem e esperam coisas totalmente diferentes da vida. Mas apesar de concordar, eu nunca tive isso com ninguém, ninguém!! E nunca pensei ter tão cedo - o que não significava que não pudesse ter namorados aqui e ali, não pretendo casar-me aos 21 anos - e para ser sincera nunca pensei muito a sério em construir uma vida com alguém, ou se isso acontecesse, seria bem mais tarde na minha vida. Não estou com isto a dizer que vou ficar com ele para sempre, talvez até seja ainda muito nova e talvez tenhamos muito pouco tempo de relação para pensar nestas coisas, mas a verdade, é que ambos estamos exactamente no mesmo passo. Quando ele me veio visitar a semana passada, estivemos a falar sobre o nosso futuro e ele até me contou que esteve à procura de universidades em Lisboa para fazer o mestrado dele... Sem eu lhe dizer nada sobre a minha ideia de fazer mestrado na Alemanha (sim, que eu por ele, e não só por ele mas também porque em Portugal está mesmo muito mau pelo que já ouvi, e não fico lá a fazer grande coisa, de qualquer forma mais cedo ou mais tarde já fazia parte dos meus planos ir para fora, mas agora ainda tenho uma motivação extra)... Isto é mesmo sintonia!!! De facto, e apesar de ainda não ser nada certo, começámos a falar na hipótese de eu me mudar para a Alemanha ou de ele para Lisboa, como uma hipótese real. Não estou a dizer com isto que VAI acontecer, só digo que o facto de falarmos nisto como uma possibilidade real, diz muito sobre nós, e sobretudo, sobre o que ele sente por mim: um namorado meu a mudar de país por mim? Nunca tive isto... bem pelo contrário. Bom, isto tudo para dizer que já temos uma relação muito mais sólida, em comparação às últimas vezes que escrevi aqui sobre ele. ah, já vos falei naquele dia em que voltei a casa das aulas e tinha um bouquet de rosas vermelhas à minha espera? :)))

A distância é horrível, deprimente e das piores coisinhas. Ontem ele disse-me que se sentia "spiritless" sem mim, que não lhe apetece fazer nada e que se sente deprimido e desmotivado, e eu sinceramente, sinto o mesmo... Aliás, foi a palavra perfeita que ele utilizou para descrever o que eu sinto quando sinto mesmo a falta dele, "spiritless". Desde que ele foi embora, no fim-de-semana, tenho andado um bocado deprimida... Claro que tenho a universidade, alguns amigos (menos do que no semestre passado), os meus hobbies, e continuo a adorar estar aqui, mas a verdade é que sem ele não é o mesmo... Chorei tanto nestes dias, só pela distância! Uma hora sem ele, é uma semana inteira, e demora a passar, demoooooora! Resolvemos apostar numa relação à distância, e acho que conseguimos fazer com que funcione... desde que os dois coloquemos a mesma energia nisso! E eu sinto que ele está a colocar também... Ele gosta mesmo de mim!!! Eheheh, até já aprendi um pouco de alemão... o básico, claro. Mas a ideia de, a longo-prazo, aprofundar melhor essa língua (e ter uma 3ª língua) já me passou pela cabeça.

Bom, isto tudo só mesmo para actualizar o meu blog. No outro dia tive a pensar sobre isto: o 2º semestre não está a ter NADA a ver com o primeiro. Quer dizer, o primeiro foi o da rambóia. Desleixei-me com a universidade, só queria divertir-me, estava em todas as festas. Mas desde que voltei (quando fui a casa por uma semana entre semestres), algo mudou. Tentei ir a algumas festas, mas rapidamente me apercebi do quão superficial era e do quão "shallow" me sentia, e do quão não gostava da sensação. Sorrisos falsos e "hi! how are you? haven't seen you in a long time, i missed you" falsos e de circunstância... De pessoas que nunca realmente se deram ao trabalho de manter uma relação, nunca realmente se deram ao trabalho de enviar uma mensagem ou até mesmo de responder às que eu enviei. Ao mesmo tempo que me apercebi que esse mundo não era mais para mim e que tive a minha "share of pure fun", apercebi-me da urgência de fazer mais créditos para a faculdade, inscrevi-me em cadeiras que nem uma louca, só neste momento estou a seguir 4, e pretendo fazer 8 este semestre. Claro que destas 8, umas 5 são self-study courses, o que é óptimo, significa que não tenho aulas nem trabalhos de grupo e nem sequer um exame final: basicamente, os profs dão-nos a literatura e só temos de escrever um final paper, sobre o qual vai incidir a minha nota final. Mas o facto de poder trabalhar ao meu próprio ritmo, é definitivamente uma mais-valia para mim. Sempre gostei mais de estabelecer prazos para mim mesma, do que outros estabelecerem prazos por mim. 

Conheci algumas pessoas novas, mas como digo, nada a acrescentar à minha felicidade. Tenho apenas um amigo, com quem passo a maior parte do tempo livre, o Eugene, meu vizinho. Mas é daquelas pessoas que vale mesmo a pena passar tempo com. É interessante, conseguimos ficar horas e horas a falar, e sinto que posso falar sobre tudo com ele. Ah, é uma lufada de ar fresco. Prefiro tão mais assim, do que ter uma vasta rede social mas não estabelecer nenhuma conexão profunda. Sim, estou numa fase da minha vida em que dou muito mais valor às relações profundas, mesmo que seja apenas como uma mão cheia de pessoas, do que tentar dar-me com os 600 "amigos" que tenho no facebook, 200 dos quais conheci aqui em Amesterdão. Até mesmo os meus melhores amigos de Lisboa. Esta experiência fez-me aperceber do quão eles são importantes para mim e, surpreendentemente, esta distância aproximou-nos. Se dantes era uma pessoa bem desligada - e era, não ligava nenhuma, não queria saber, não fazia um telefonema para ninguém - estou totalmente diferente e sei, definitivamente, dar valor às pessoas que nunca dei, e deixar de dar importância a quem nunca me deu.

Se me perguntarem, nunca pensei que o meu 2º semestre fosse assim. Aliás, quando decidi prolongar, e apesar de nessa altura já ter algo com ele, ainda não era muito sério e o meu objectivo era repetir o 1º: com as mesmas loucuras e as mesmas atitudes desmedidas, e a mesma diversão. Mas não faz o mesmo sentido. Quando tento fazê-lo, é já mais do mesmo. É a sensação de "Been there, done that", estou noutra. Estou na dele. O meu erasmus é feito entre Amesterdão com ou sem ele. Quando é com, nada mais importa. Quando é sem, é horrível, mas bom, sempre me vou entretendo, e ocupando a cabeça, e dedicar-me à escola, e explorar melhor a cidade de Amesterdão, e mostrar sítios de Amesterdão ao Eugene, que é relativamente "novo". É sempre giro descobrir locais novos...

Realmente, nada está a ser como esperava. E quem me vê de fora, talvez diga "fogo miúda, estás em Amesterdão a fazer erasmus, devias era estar a divertir-te em vez de investires tanto tempo numa relação a longa-distância e perderes 2 horas da tua noite no skype". Eu própria já pensei nisto: e se um dia eu me arrepender? E se não funcionar? E se um dia eu olhar para trás e pensar "fogo, metade do meu erasmus em Amesterdão foi deitado fora porque estava apaixonada de uma forma cega". Mas depois, penso que esta é uma cena que vale mesmo a pena viver, e eu estou feliz assim. É mesmo daquelas coisas que não podia deixar escorregar entre os dedos. É a paixão mais intensa que eu já vivi. Um dia, pode acabar. Nunca ponho nenhuma hipótese de lado. (apesar de eu não querer que acabe nunca). Mas, e mesmo se acabar, valeu tanto a pena, mas tanto a pena. Não é possível, nunca, vir a arrepender-me de me ter dado a oportunidade de viver o que estou a viver agora. É um sentimento pelo qual muitas pessoas procuram uma vida inteira e nunca encontram... é o tipo de sentimento que eu duvido que vá nutrir por mais alguém, ever.

Nem eu consigo dizer o quão isto vale a pena, e o quão estou a viver a minha experiência. À minha maneira. Oh, se estou a viver... Na verdade, sinto-me tão viva!

Pronto, esta era a "pequena" actualização que queria fazer... nada de especial se passa, mas ao mesmo tempo passa-se tudo... :))

Pequenas novidades e coisinhas: o Jan tem vindo visitar-me quase todos os fins-de-semana; afinal, ele mora em Enschede e tem descontos massivos nas viagens de comboio; é sempre tão bom estar com ele :)) . O Marcel esteve cá durante 17 dias. 17 dias, 24/7, e foi o paraíso para mim; 17 dias passaram assim, sem os ver, sem os sentir a passar; 2 dias desde que ele foi embora, já me pareceu que passaram 2 semanas. Um dos fins-de-semana que ele esteve cá, fomos a Bélgica visitar a Roos. Ficámos em Leuven, mas no Sábado fomos passar o dia a Gent e reencontrámos velhos amigos do semestre passado, como a Morgan e a Laila. Vou ter, em breve (acho) peixes de estimação. Gold-fish! O meu vizinho Eugene não os quer mais e vai dar-mos; que giro, nunca liguei muito a peixes, mas acho que até é capaz de ser giro. Só me falta comprar um aquário decente para eles. (por agora, têm vivido no lavatório do Eugene, ahahah).

Isto e outras coisinhas que têm feito os meus dias, queria escrever sobre elas e colocar novidades e até fotografias, mas fui-me desleixando com o blog. Às vezes é mais importante viver, do que escrever o que se vive. :) Mas como eu tenho esta paixão pela escrita, gosto de escrever estas coisas aqui. Para reler, um dia, mais tarde. Tenho a certeza que vou gostar. E que me vou rir imenso.

E hoje, vou perder-me em Amesterdão. Vou a uma coffeeshop, vou passear, vou a um parque, vou deitar-me ao sol e vou ler. :) E vou contar os dias que faltam para poder estar com ele de novo: 5!

3 comentários:

Menina disse...

Já tinha saudades dos teus posts! =) Esta tua frase "Às vezes é mais importante viver, do que escrever o que se vive." foi o motivo exacto pelo qual deixei o meu blog. É que é mesmo isso!
Mas espero que venhas aqui de vez em quando actualizar :)
beijinho*

Rafaela Rolhas disse...

Ja tha saudades ! Btw "esta é uma cena que vale mesmo a pena viver, e eu estou feliz assim. É mesmo daquelas coisas que não podia deixar escorregar entre os dedos. É a paixão mais intensa que eu já vivi. Um dia, pode acabar. Nunca ponho nenhuma hipótese de lado. (apesar de eu não querer que acabe nunca). Mas, e mesmo se acabar, valeu tanto a pena, mas tanto a pena. Não é possível, nunca, vir a arrepender-me de me ter dado a oportunidade de viver o que estou a viver agora. É um sentimento pelo qual muitas pessoas procuram uma vida inteira e nunca encontram... é o tipo de sentimento que eu duvido que vá nutrir por mais alguém, ever." OMG ... So me revejo nisso *.*

Mulher XL disse...

Quando conheci meu marido tinha exactamente esta mesmo sensanção: que caminhamos na mesma direcção.
E umas das frases que mais me marcaram nesta altura foi:
" Que seja eterno enquanto dure esse amor, que seja para sempre! "