terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Pensamento das 23:44, hora local, antes de voltar para Amesterdão.

Esta semana, fiquei perplexa ao ver como o mundo e as pessoas conseguem ficar parados no mesmo lugar uma vida inteira. Como a normalidade, a convencionalidade, a falta daquela pitada de loucura necessária para apimentar a vida, afecta tanta gente como uma praga.

Por vezes sinto que sou demasiado louca para o mundo em que vivo, mas gosto da sensação. Durante muitos anos me senti inferior ou estranha por ter ideias diferentes, mas hoje agradeço por isso.

Aprendi a filtrar melhor as companhias e as pessoas que deixo que tenham alguma influência sobre mim. Há pessoas neste mundo que, pura e simplesmente, não têm nada a acrescentar à minha felicidade e àquilo que eu sou e que construí com o tempo. Não me despertam o mínimo interesse, não estimulam aquilo que de interessante eu tenho para dar ao mundo. Tornei-me numa pessoa mais tolerante, mas simultaneamente, com menos paciência para coisas que não valem a pena (paciência que dantes tinha). Se isso é bom ou mau, se é virtude ou qualidade, quem saberá... Mas que me poupa muitas preocupações e dores de cabeça, e sobretudo tempo, lá isso poupa. Já não sou a mesma Cláudia que é simpática e boazinha para toda a gente. Resolvi, antes, deixar isso apenas para quem merece. Como um presente. Dar-me a mim própria, a minha essência, a minha sinceridade, a minha transparência, enfim, mostrar aquilo que sou na realidade, é como um presente que ofereço às pessoas que o merecem.

Hoje, foi dia de despedidas. Fiquei a pensar em como são "engraçadas", estas coisas... em como a minha vida tem sido feita de despedidas e de reencontros, em como as pessoas passam, entram e saem, e algumas permanecem sempre.

Estou aborrecida. Amanhã às 7h estou a entrar no avião que me vai levar de volta a casa: Amesterdão.

1 comentário:

Sofia disse...

Eu sou assim, no sentido de me dar a conhecer só a quem merece e ver isso como um presente. Mas não é bem visto por muitas pessoas e, de certeza, que já notaste isso.
Ou acham-nos convencidas ou arrogantes. Enfim... Mas é melhor ser assim, do que ser um livro aberto para toda a gente.

Mas louca eu não sou e tenho pena. Deves aproveitar a vida ao máximo, mesmo.