sexta-feira, 2 de setembro de 2011

You never get bored in Amsterdam II (aviso: este post pode estar (muito) confuso).

Hoje escrevi na minha página do facebook:

"Eu queria escrever hoje, no meu estado do facebook, que finalmente aprendi a andar de bicicleta. Mas depois de todo este dia, destas 15 horas que passei fora de casa, tenho tanto mais para dizer, que nem vale a pena. :)".

Desde aprender a andar de bicicleta em 45 minutos - sim! todo o mundo me dizia que era humanamente impossível aprender a andar de bicicleta num dia, quanto mais em 45 minutos... diziam que tinham levado dias para aprender, fizeram apostas... mas eu simplesmente "put my mind into it" e acreditei mesmo que conseguia, epa acreditei e pronto, meti na cabeça que queria aprender a andar numa hora, no máximo, e que essa hora tinha de ser hoje, e foi. Foi!! (se há qualidade que tenho é mesmo a determinação, não desisto enquanto não chego lá, se for algo que quero mesmo). Aprendi num pequeno parque, a dar voltas durante 45 minutos, e depois fomos para Amesterdão (sim, Amesterdão, onde o trânsito de bicicletas é caótico e onde se pode ser atropelado por uma bicicleta), andámos às voltas, tipo uma "bike tour"... no fim o meu "instrutor" (espectáculo, sempre cheio de paciência para mim, paciência que é precisa para ensinar alguém a fazer algo pela primeira vez, paciência que nem todo o mundo tem, nem eu, mas que ele tinha) disse-me que era, na verdade, uma loucura uma pessoa aprender a andar de bicicleta em 45 minutos e logo a seguir ir para uma cidade como Amesterdão e que, no total, tínhamos andado cerca de 20 km; disse-me que não tinha dito nada, porque isso ia limitar-me, se eu não soubesse, seria "normal" para mim. E realmente, ele tinha razão, se eu soubesse que o centro de Amesterdão era um local louco para andar de bicicleta pela primeira vez e que íamos andar 20 km, eu teria sentido muito mais dificuldade. Foi um jogo psicológico interessante. Mas adorei, amei, andar de bicicleta, apesar de ter sido extremamente cansativo para mim (ter andado tanto de bicicleta logo no primeiro dia em que aprendi), apesar do suor, das quedas e das quase-quedas, e de tudo isso, senti um "rush", uma adrenalina, andava toda entusiasmada a dizer às pessoas "isto é tão entusiasmante, tão excitante", ninguém percebia porque eles já sabem andar de bicicleta desde os 5 anos de idade, já não sabem como é, aquela sensação de se conseguir fazer algo pela primeira vez, sozinho, algo diferente. Nem sei explicar. Só sei que adorei. Apesar de me estar a doer o rabo, mas pronto xD A sério, só o facto de ter conseguido finalmente aprender já me fez ter aquele sentimento de "accomplishment". Todo o mundo ficou "amazed" em como eu tinha conseguido aprender em 45 minutos, como é que ao fim de 45 minutos com o Nils (amigo que me ensinou) a correr atrás de mim e a segurar na bicicleta, ele já conseguia largar a bicicleta e eu andar sozinha sem cair, e que devíamos fazer um tutorial no youtube, qualquer coisa como "como aprender a andar de bicicleta, para totós, em 45 minutos". Mas eu consegui aprender em 45 minutos porque eu acreditei que era possível. Não vejo nada de impossível nisso. Oh meu deus, este texto está tão confuso. Como a minha cabeça! Mas the point is: eu ía escrever isso - o meu maior accomplishment do dia - no facebook e aqui no blogue, mas depois disso aconteceu tanta coisa, que isso parece, diria até, pequeno.

E agora, um grave erro de escrita, pelo qual peço desculpa, mas entusiasmei-me ali no parágrafo em cima, e não estou com paciência para corrigi-lo, e o erro é, eu comecei o parágrafo acima do "desde", e agora vou dar continuidade ao que queria dizer em primeiro lugar, 2 parágrafos abaixo:

Desde aprender a andar de bicicleta em 45 minutos (...) à queda que dei nos arbustos (mas foi a única, juro!), a um dia super divertido em Amesterdão, a comprar uma garrafa de água de 3€, a sentar na relva molhada e ter calças cremes e ficar com elas cheia de lama, às conversas, às piadas, às private jokes, ao voltar ao campus literalmente moída e dizer para mim mesma "esta noite não vou sair, esta noite não vou sair, esta noite não posso sair, quero tomar banho e dormir 12 horas, quero descansar" mas afinal ir porque era a festa de anos da Alex, ao lembrar-me de qualquer coisa como um "oops, tinha outro jantar combinado e esqueci-me completamente", às crises e ataques de riso até chorar e até doer a barriga.

Este dia foi um dos dias mais divertidos e "fulfilling" que eu tive aqui. A sério. Só estando numa experiência como esta é que se entende a real intensidade do que se vive; só este dia pareceu-me ser uma semana. Tudo passa tão rápido, e é tão tudo e tão tão ao mesmo tempo, por vezes é difícil assimilar.

E para acabar, o Rafael (grande amigo) deu-me, ainda em Portugal, uma caixinha cheia de pequenos cartões com frases, uma por cada dia que eu cá estiver, para ler uma por dia. Como os cartões são menos do que os dias que cá vou estar, eu só comecei a lê-los hoje, e vou deixando as frases aqui no blogue. Hoje deixo a primeira:

"Viver é consumir-se de amor, dialogar, perder-se nos outros. A vida é a interpenetração total das almas e das inteligências".

Só tenho a dizer, em relação a isto: sim! perder-me nos outros, perder-me nisto, perder-me em Amesterdão... Heaven, I'm in heaven.

(algumas fotos de ontem, hoje, e outros dias)












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